Há tempos, nós mulheres, lutamos por direitos por relações igualitárias, por menos opressão, menos violência e medo. São lutas travadas todos os dias no mais diferentes ambientes que frequentamos, diariamente, e contra as mais variadas personificações destes algozes.
É difícil reconhecer esta luta quando nos deparamos com outras mulheres que acabam, achemos que, sem perceber, por diminuir ou desvalorizar a importância desta guerra.
Estava eu em casa, quando uma vizinha começou a ouvir os hits do momento. Entre eles estava um que me chocou por três motivos: A autoria, a letra e a reprodução. A música tem por título cobaia.
Somos sabedores de que, as músicas, por Ns motivos, seduzem, encantam, fixam no pensamento e porque não dizer que, reforçam ou trazem novas ideias? A exemplo disso, são os sucessos que perduram anos, passando por gerações. A música, talvez, seja uma das artes mais poderosas de influência no ser humano. Seria desnecessário citar os inúmeros exemplos do que elas promovem no público que a aprecia, e, com este hit, não seria diferente.
Uma das batalhas do gênero feminino é o relacionamento abusivo, infiel opressor; é o relacionamento de migalhas. E, particularmente, é isto que a música sugere que as mulheres aceitem: Um amor que não é seu. A sensação que nos dá é de que vamos ser "campo de treinamento" para o/a outro/a receber o que é bom, aperfeiçoado. "Testa esse amor em mim" e se for aprovado, dê-lhe a que merece, "aceito esse emprego de cobaia".
São ideias como estas que estão impregnadas e que, vistas como sem intenção ou maldade, vão sendo repassadas inconscientemente como se fossem verdades a serem vivenciadas. São pensamento enraizados que, "sem querer", continuam sendo alimentados e fortalecidos, tornando a luta exaustiva e' massante'.
Pergunto-me até quando vamos dar sucesso a este tipo de hit que diminui, inferioriza e despreza a mulher? Músicas acompanhadas de coreografias que tornam a mulher como objeto, seres descartáveis? Até quando vamos nos mostrar disponíveis e dispostas a aceitar qualquer sentimento, mesmo que ele venha em migalhas, pela metade ou tenha outro endereço?
Elza Reichert, maio, 2019.
terça-feira, 28 de maio de 2019
segunda-feira, 13 de maio de 2019
De acasos
Na solidão de estimação
Seu amor me apropriou
Virou sossego, aconchego
Em meu coração pousou
Seu amor me apropriou
Virou sossego, aconchego
Em meu coração pousou
E foi feliz para sempre
Era uma vez a Cinderela
Saiu de minissaia e batom vermelho
Sem dar trela
O príncipe desencantado
Achou que fosse fácil
Perdeu a chance de ficar calado
Para um homem frágil
Era uma vez.
Saiu de minissaia e batom vermelho
Sem dar trela
O príncipe desencantado
Achou que fosse fácil
Perdeu a chance de ficar calado
Para um homem frágil
Era uma vez.
domingo, 12 de maio de 2019
Amor de carnaval
E naquela ocasião, em meio as tradicionais marchinhas que ecoavam pelas ruas da cidade e que os confetes pareciam chuva de prata, percebi, recostado no canto, a alegria. Ela olhava para o céu e sorria, se quer reparou na multidão. Ali, bem ali, naquele sorrisinho de canto, encontrava-se motivo da sua folia.
Elza Reichert, 2019
Elza Reichert, 2019
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